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  • Foto do escritorGiovanna Pieroni

O que podemos aprender sobre marketing e comportamento com o lançamento do álbum Chromatica.

Todos que já passaram pelo menos um dia ao meu lado sabem sobre meu fascínio acerca da capacidade criativa e inventiva da cantora Lady Gaga. No entanto, acredito que só aqueles que tiveram a oportunidade de ter aula de branding comigo e amigos mais próximos, já tenham me ouvido falar de suas produções do ponto de vista de especialista de marketing de conteúdo.


Conectando gerações, culturas e corações (brega, eu sei): Ariana Grande, Blackpink e Elton John.


Do ponto de vista pessoal, nunca achei que ia terminar a noite de ontem e iniciar o dia de hoje (29) ouvindo Elton John, logo depois de ouvir uma banda de K-pop, Blackpink.


Enquanto gravadoras apostam cada vez mais numa segmentação minuciosa de público, seja ela demográfica ou psicográfica, Gaga nadou contra a corrente e investiu na convergência entre gerações e na cultura globalizada ao produzir um álbum que dialoga com as gerações X (1961-80), Y(1981-96), Z (1997-2010) e α (2010 >), e aproxima elementos das culturas ocidentais e orientais, algo ainda pouco explorado pelo universo pop e mídia de massa.


No momento caótico o qual nos encontramos, isolados em nossas casas, apartamentos, dividindo nosso cotidiano com filhos, pais e até mesmo avós, consumindo conteúdos ultra-personalizados e imersos em nossos fones de ouvido, é uma surpresa encontrar algo que possamos ouvir em família. Será que não seria hora das marcas apostarem e entretenimento plural?



Lembro que, de modo geral, o público já consolidado da cantora nas Eras: The Fame, The Fame Monster e Born This Way, precursores de sua carreira, é pertencente a geração Y.


Sobre a venda de fitas K7 e LPs do Chromatica.


Os "suportes especiais" do Chromatica esgotaram antes do próprio lançamento do álbum.


Queria poder explicar melhor sobre como os smartphones do amanhã vão reproduzir esse tipo de mídia, mas a verdade por trás deste sucesso de vendas não vem dos adventos da tecnologia, vem do reforço de velhos hábitos. O colecionismo está de volta e o valor das coisas, mais do que nunca, está em seu potencial afetivo. Algo VASTAMENTE discutido por teóricos como Gilles Lipovetsky e Jean Serroy no livro A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista (2015).


Considerando esse pequeno devaneio e a capacidade do mercado de gerar novas demandas sobre um consumo afetivo, sugiro a todos que trabalham com comunicação, criação e/ou marketing: comecem a pensar sobre branding como a mais valiosa ferramenta de afetar e ser afetado por seu público na Era do Capitalismo Artista. Ela já começou.

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